O agora é passado. É assim que se iniciam muitas lendas budistas japonesas do século XII. O passado está em construção. Quando as histórias vividas ou imaginadas se tornam palavras, elas se constroem em novos sentidos. Ao chegar à velhice, Yoji busca ressignificar sua trajetória para construir um futuro que parece feito de passado. Quando tudo parece já ter sido vivido e nada mais ter sentido, ele luta contra seus próprios demônios para continuar caminhando. As memórias e as pessoas que construíram sua vida se confundem nas dobras do tempo para que este velho senhor escreva seu próprio haicai e viva finalmente o presente. Como no filme “Dias perfeitos”, de Wim Wenders, cada momento só existe uma vez: “o agora é o agora, a próxima vez é a próxima vez”.