Escrito em 1916, Cadernos de Serafino Gubbio retrata os primórdios da indústria do cinema. Serafino Gubbio é um operador de câmera de filmagem amargurado com o suplício crescente de ser apenas uma mão que roda a manivela. Espectador daquilo que filma, escravo de uma máquina, é o protótipo do homem moderno que se vê rodeado por todo o tipo de novos artefatos tecnológicos e pela incessante fúria das novas máquinas. A obra é dividida em sete partes, que são os sete cadernos que Serafino usa para contar sua trajetória desde a chegada a Roma, o emprego que consegue como operador de câmera (a mão que gira a manivela), o encontro com a estrela do cinema Nestoroff, que no passado foi a causa do suicídio de um seu amigo, além do processo de filmagem e seu olhar sobre os atores, até o momento em que, ao filmar uma cena de selva, um tigre que deve ser morto pelo caçador ataca e mata o ator que faz o caçador. Serafino, como a mão que gira a manivela, não para de filmar, e pelo choque perde a voz, por isso resolve contar sua história escrevendo os cadernos.